sobre mim - amor genuíno
Estamos em Abril, mês 4, dedicado ao AMOR, à afectividade, à emocionalidade.
Sem dúvida um dos temas mais falados e escritos em toda a humanidade. O que é o AMOR?
Conquistámos um tempo na Humanidade em que alcançamos ROMA. O célebre ditado afirma que "todos os caminhos vão dar a Roma", AMOR ao contrário.E assim treinamos anos e anos. Para mim significa o ponto máximo de AMAR o outro, de fazer pelo outro, de não dizer para não ferir o outro e mais qualquer coisa "o outro". Ficando o "EU", por vezes, ou muitas vezes, num segundo plano, um pouco esquecido, tão pouco priorizado.
No pressuposto de que não podemos dar o que não temos o caminho parece quase que ironicamente simples: "Amai-vos uns aos outros" como a si mesmo. A mestria da aceitação de si, de como se é e pode estar a cada momento e do reconhecimento do que preciso organizar ainda. Nesta atitude e filosofia de vida o outro é reverenciado, instrumento do meu crescimento, aceite como é pois é tão divino como eu mesma e actua segundo o melhor que pode a cada instante. Tranquilo assim, liberdade extrema.
Peck define que "O amor genuíno respeita e incentiva essa separação e a individualidade única da pessoa amada" e estabelece a diferença com o Narcisismo "que não consegue ver os filhos, esposos ou amigos como independentes de si a nível emocional."
Quero partilhar convosco uma lenda oriental que considero lindíssima que li no livro que estou actualmente a ler de Johnny De´ Carli "Reiki - Sistema Tradicional Japonês".
No norte da China, pelos anos 250 AC, um jovem príncipe deveria casar para ser coroado imperador. Assim, lançou um desafio entre as pretendentes para escolher a que "fosse digna de sua auspiciosa proposta".
Uma serva antiga do palácio recebeu a notícia com alguma tristeza pois sabia que sua filha "nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe". A jovem logo decidiu comparecer na celebração e a mãe incrédula espantou-se e disse: "Minha filha, o que achas que farás lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tira essa ideia insensata da cabeça.Eu sei que deves estar a sofrer, mas não tornes o sofrimento numa loucura". A filha respondeu: " Querida mãe, não estou a sofrer e muito menos louca. Eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe. Isto já me torna feliz, pois sei que o meu destino é outro."
O futuro imperador ofereceu uma semente a cada jovem e aquela que dentro de 6 meses lhe trouxesse a mais bela flor, seria a escolhida. Esta proposta está intimamente ligada às tradições que muito valorizavam a habilidade de "cultivar" sejam costumes, amizades, relacionamentos.
A filha da serva cuidava com muita "paciência e ternura" da sua semente esperando que a beleza da sua flor representasse o seu amor infinito. Investiu todos os conhecimentos e métodos mas passados 6 meses a flor não brotou. O resultado: seu amor aprofundou-se mais ainda.
Consciente do seu esforço e dedicação retornou ao palácio na hora marcada para mais uns momentos com o príncipe. Todas apresentaram as mais belas e variadas flores excepto a jovem do vaso vazio.
Por fim, depois de observar cuidadosamente, o príncipe anuncia a inusitada escolha: a jovem, filha da serva. Ninguém presente compreendeu porque teria o príncipe escolhido justamente aquela que parecia nada ter cultivado e este prontamente esclareceu: "Esta jovem foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar imperatriz, a flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis".
Muito podemos retirar deste sábio texto antigo, não achas?
Dedico este post à minha filha M pelo seu 4º aniversário.
fiquem bem. uma semana amorosa e até já****