sobre mim - "o caminho menos percorrido", vida, emoções e psicoterapia
Hoje de manhã, na minha caminhada, inebriada pelo odor das terras fertilizadas, mergulhei nos campos floridos, imensos e fofos vestidos de florinhas amarelas. Tal como ontem desejei ter levado a máquina. As oliveiras alinhadas que adivinho servirem de marcos e as videiras podadas. Ervas eram cortadas e beirais arranjados. Outros ainda semeavam e sulfatavam. Tudo aprumado para receber um dia tranquilo e quente campesino. Eis que não quando que uma joaninha, que soube por uma amiga uma espécie em vias de extinção, de um preto reluzente e pintalgada com uma cor que não imaginam. Laranja. Sim, laranja. Ainda pensei ser um escaravelho, mas não, era de facto uma joaninha. Aterrou no meu antebraço direito e percorreu-o docemente até ao ombro. Acompanhou-me durante uma grande parte do percurso. Pronto já ganhei o dia. Nunca tal tinha tido o privilégio de ver e sentir.
Um amigo muito especial enviou-me um livro há uns 3, 4 anos, no auge da minha "crise/transformação existencial" que logo comecei a ler: "O Caminho Menos Percorrido" de Scott Peck. Retomei-o somente no ano passado em Novembro e acompanhou-me até ao mês passado.
Um livro de estudo.
O autor é norte americano, psiquiatra e autor de alguns best-sellers. Faz um ensaio sobre os mistérios da VIDA. Notas de grande valor sobre o desenvolvimento espiritual tocando nos grandes temas da Disciplina, do Amor, da Religião e da Graça.
Foi com alguma surpresa que neste livro de 1979 revejo muitas das frases que tenho proferido
inspirada, nos trabalhos individuais e de grupo.
Tenho recebido alguns feed-backs acerca da linguagem: de ter uma linguagem vanguardista e nem sempre fácil. Sim, concordo. Quando nos pré-dispomos a aprender uma língua nova, precisamos de algumas aulas para começar a articular frases. Por isso vos peço alguma paciência. "O caminho espiritual é um caminho de aprendizagem para toda a vida." e "Se seguirmos esse caminho com determinação e durante o tempo suficiente, as peças do conhecimento começam a encaixar..." tornámo-nos "especialistas em viver" e... "porque quando sabemos verdadeiramente o que fazemos participamos na omnisciência de Deus."
Quando falámos de emoções e sentires, eu e perdoem-se a generalização, pelo menos um punhado de nós, teletransporta-se para uma dimensão um tanto ou quanto pouco conhecida, meio que confusa, indecisa, curiosa no mínimo, sem dúvida apaixonante.
A ideia de que cada SER HUMANO tem "responsabilidade total pela sua condição e respectiva cura" e que a VIDA ou caminho espiritual é um processo alquímico de actualização da visão d´ "o que antes via como problema passar a ver como oportunidade. De sentimentos rejeitados transformarem-se em fonte de energia e orientação" ou ainda "É a capacidade de tomar decisões com o máximo de consciência. É a consciência."
"A psicoterapia é a penas um instrumento" e "submetermo-nos à psicoterapia é um acto de coragem".
Ainda mais surpresa fiquei quando comenta que a escolha de um psico-terapeuta nada depende da sua formação e acredita que "o ingrediente essencial da psicoterapia profunda bem sucessiva e com significado é o amor... a aceitação e sem julgamento."
De acordo coma sua larga experiência clínica e "apesar de na psiquiatria clássica não ser considerado", conclui que "a vontade de evoluir do paciente" /cliente " é determinante crucial no sucesso...".
Esta frase transporta-me para a ética do Reiki que adverte literalmente para o facto de embora preenchidos da mais nobre intenção, só podemos enviar energia aqueles seres que pediram ou que dão a sua permissão. Facto pelo qual não aceito marcações de consultas a não ser do próprio. Este movimento consciente ou não, é um compromisso consigo é a tal vontade, desejo de transmutação.
Vontade, amor, aceitação, acrescento "disponibilidade para". Fé e entrega.
Continua nos próximos dias. Desejo-vos um fim-de-semana sorrisos ****
"Your Good Name" - Mychael Danna