menina estrelar
Numa espiral violeta,
viajei ao fogo primordial,
senti a geometria sagrada,
que dança a expressão original.
Num caldeirão de águas puras,
empolgada brinca e ri,
ganha asas e enche o peito,
até que os braços se animem.
Os olhos abrem-se presentes,
iluminados pela visão sideral.
As pernas movem-se firmes,
abraçando o infinito celestial.
Então é aí que triunfa,
a vivência soberana,
que num redopio sem fôlego,
encontra a terra consagrada.
Tem aquele sabor,
de horas já conhecidas,
de desejar ficar mais que um instante,
e assim renascer para outras vidas.
A síntese num segundo se instala,
reconheci os cosmos co-criadores:
cada forma, intensidade e toque,
embalaram a menina estrelar.
E quando tudo parece terminado,
abrem-se as portas num rompante:
é a reverência, senhora,
que banha o meu ser galopante.
Tauros alado alegra-te,
com o mistério desvelado.
Unidos doces e sensíveis,
o êxtase é consumado.